segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Cura e Caridade


Cada vez que nos reportamos aos serviços da cura, é justo pensar nos enfermos, que transcendem o quadro da diagnose comum.
Enxameiam, aflitos, por toda parte, aguardando medicação.
Há os que cambaleiam de fome, a esmolarem doses de alimentação adequada.
Há os que tremem desnudos, requisitando a internação em roupa conveniente.
Há os que caem desalentados, a esperarem pela injeção de bom ânimo.
Há os que arrojaram nos tormentos da culpa, rogando tranquilizantes do esquecimento.
Há os que se conturbam nas trevas da obsessão a pedirem palavras de luz por drágeas de amor.
Há os que choram de saudade nos aposentos do coração, suplicando a bênção do reconforto.
Há os que foram mentalmente mutilados por desenganos terríveis, a suspirarem por recursos de apoio.
E há, ainda, aqueles outros que se envenenaram de egoísmo e frieza, desespero e ignorância, exigindo a terapêutica incessante da desculpa incondicional.

Ajuda, sim, aos doentes do corpo, mas não desprezes os doentes da alma, que caminham na Terra, aparentemente robustos, carregando enfermidades imanifestas
que lhes consomem o pensamento e desfiguram a vida.
Todos podemos ser instrumentos do bem, uns para com os outros.
Não esperes que o companheiro se acame prostrado ou febril para estender-lhe esperança e remédio.
Auxilia-o, hoje mesmo, sem humilhar ou ferir, de vez que a verdadeira caridade, tanto quanto possível é tratamento indolor da necessidade humana.
Os emissários do Cristo curam os nossos males em divino silêncio.
Diante dos outros, procedamos nós igualmente assim.


Emmanuel/Chico Xavier

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