quarta-feira, 20 de junho de 2012

Amor Sempre



Que faremos da caridade, quando todas as questões econômicas forem resolvidas?
Esta é a indagação que assinalamos, todos nós muitas vezes.
Muitos acreditam que a solução de semelhantes problemas autorizaria a demissão da sublime virtude das empresas e encargos pelos quais se responsabiliza ela no mundo.
Entretanto, a cooperação do dinheiro sempre indispensável no sustento das boas obras, é apenas um ângulo da beneficência na Terra.
A mais alta percentagem dos nossos companheiros menos felizes não se encontra nos vales da penúria de ordem material.
Pergunte-se aos povos mais industrializados e mais ricos na cultura da inteligência se conseguiram unicamente por isso erguer a felicidade integral de seus filhos.
Consulte-se-lhes as estatísticas de suicídio e loucura, na maioria dos casos com vinculação na patologia da alma, e em todos os recantos do Orbe Terrestre indaguemos das classes situadas na frente do conforto e da instrução universitária se com esses tesouros, - aliás necessários e legítimos para todos os filhos da terra, - lograram consolidar a segurança e a paz de que se reconhecem carecedores.
Ouçamos os companheiros relegados à solidão em refúgios dourados; os que a desilusão alcançou, estirando-os em desânimo, apesar das alavancas amoedadas que lhes sustentam a vida; os quase loucos de sofrimento moral, diante de provas ou doenças irreversíveis; as criaturas geniais que não puderam agüentar as dificuldades educativas, indispensáveis ao burilamento do espírito, e derivaram para os tóxicos que lhe consomem as forças; os que foram abafados pela superproteção no campo do excesso e não mais souberam suportar os problemas da estrada evolutiva; e aqueles outros, semimortos de angústia que tateiam a lousa indagando pelos entes queridos e que dariam, de pronto, a fortuna em que se lhes valoriza a existência em troca de fé na imortalidade.
Anotemos os irmãos caídos em desprezo, abandono, desequilíbrio, enfermidade, desalento ou perturbação e, embora louvando o apostolado bendito do dinheiro, a serviço do bem, verificaremos que a caridade em si é sempre amor e que a missão do amor, em todos os mundos e em todas as circunstâncias, é tão infinita quanto quanto infinita em tudo e com todos, é a bondade de Deus.

(Emmanuel, de "Encontro de Paz", Francisco Cândido Xavier)

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